Presidente da FNP, prefeito Edvaldo participa de reunião extraordinária com ministra da Saúde para o combate à dengue

“Este é um momento muito importante e que marca um grande passo no enfrentamento à dengue no Brasil. Temos visto o número de casos confirmados da doença subir rapidamente no país e precisamos antecipar as medidas para barrar a proliferação do mosquito transmissor desta e de outras arboviroses. A última vez que houve uma epidemia de dengue em Aracaju foi em 2008, na minha primeira gestão como prefeito da cidade. E tudo o que vivenciamos naquele momento difícil foi fundamental para o plano de ações preventivas que passamos a executar, desde 2017, quando retornei ao comando da gestão municipal para o meu terceiro mandato. São sete anos trabalhando diuturnamente, a partir de planejamentos baseados nos seis LIRAa que realizamos anualmente, e temos colhido resultados muito positivos. Agora, com o comando do Ministério da Saúde e ações conjuntas, com certeza seremos ainda mais efetivos, assim como outros municípios também serão”, destacou Edvaldo.

Em sua participação, o presidente da FNP e gestor de Aracaju pontuou a necessidade da destinação de recursos para as prefeituras ampliarem as ações de combate ao mosquito e ressaltou também a importância da elaboração de um plano para distribuição das vacinas que contemple todas as cidades. “Sabemos que a prioridade são os municípios que já estão vivendo as epidemias, mas é preciso estudar uma maneira que atenda a toda a população, pois ela será essencial para que tenhamos resultados mais à frente. Ela nos dá esperanças”, completou.

Edvaldo lembrou também que, na capital sergipana, a doença está controlada, tendo registrado 150 casos confirmados este ano, mas enfatizou que o município já está em alerta, diante do início do período chuvoso que se aproxima. “No final do ano passado, quando apresentamos os dados do LIRAa, nossa cidade estava com 0.8, o menor índice de infestação pelo Aedes aegypti dos últimos 20 anos para o mês de novembro. Agora, estamos com 1.0, o que continua sendo considerado baixo risco, mas isso não nos faz relaxar. Pelo contrário. Estamos acompanhando o que vem acontecendo em outras cidades, como Brasília e Rio de Janeiro, e, diante da aproximação do período chuvoso, que se iniciará em março, já anteciparemos as ações preventivas, entre elas, a reativação do nosso Comitê de Operações Emergenciais, o COE, para que a nossa capital combata a dengue com máxima eficácia, como tem feito nos últimos sete anos”, salientou.

Edvaldo parabenizou ainda a ministra da Saúde pela iniciativa, “de centralizar as discussões e convocar os prefeitos e prefeitas para um trabalho conjunto”. “Quando o Brasil enfrentou a pandemia do novo coronavírus, eu estava à frente da Prefeitura de Aracaju, no meu terceiro mandato, e, naquele momento, de temor, nós, gestores, sentimos profundamente com a falta de um comando nacional. Hoje, diferente do que aconteceu naquela época, estamos presenciando um Ministério da Saúde enérgico, combativo, que se antecipou de maneira eficiente, chamando os gestores e gestoras para o combate à dengue. Os municípios precisam ser considerados como está acontecendo agora. É na cidade que a vida acontece e é também na cidade que as maiores dificuldades são enfrentadas. Somos nós, prefeitos, que temos que agir rapidamente para dar respostas à população. Portanto, quero parabenizar a ministra Nísia por assumir o comando deste enfrentamento no país. A FNP está à disposição para contribuir com as ações conjuntas e para mobilizar os gestores”, reiterou.

Representando o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, a analista técnica da área da Saúde da entidade, Marcela Lemgruber, concordou com o gestor de Aracaju e reforçou a importância da videoconferência liderada pela ministra. “Assim como disse o prefeito Edvaldo, as cidades necessitam deste apoio que o Ministério da Saúde está dando neste momento. Os municípios estão dispostos a trabalhar efetivamente para enfrentar a dengue, para assegurar que  a população seja bem assistida no que diz respeito aos serviços de saúde, mas eles precisam deste apoio federal para uma ação articulada”, frisou.

Centro de Operações de Emergência

Durante a reunião, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, apresentou o Centro de Operações de Emergência que foi instituído pela pasta ministerial para o combate à dengue. Ela explicou como funcionará o comitê, que será o ponto focal para a coleta e análise de dados, elaboração de relatórios e divulgação de boletins epidemiológicos da doença. “O Centro de Operações vem para otimizar as ações e para unir o Brasil no enfrentamento à dengue. Este é um momento que exige antecipação e alerta. Teremos que fazer um grande esforço nacional, a partir de uma atuação conjunta, para combater o vetor da doença e para conscientizar a população quanto aos cuidados que devem ser mantidos nos lares, já que 75% da transmissão ocorre dentro das casas. Estamos voltados para a dengue, mas nos manteremos vigilantes também com as outras arboviroses transmitidas pelo mosquito”, afirmou a ministra.

Sobre o momento atual, a ministra reiterou também, que, atualmente, “há situações epidêmicas em alguns locais, como é o caso do Rio de Janeiro, Distrito Federal, Acre e Minas Gerais, mas que isso não caracteriza um quadro de emergência nacional”. “O quadro não é de epidemia nacional, mas de epidemia a nível local, por isso estamos antecipando a atuação.  Quero afirmar que trabalharemos juntos, nesta ideia de união do Brasil para o combate à dengue”, complementou.

Coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rivaldo Venâncio da Cunha alertou para os sinais da doença. “Já sabemos que é preciso olhar a pessoa com o cuidado de quem pode salvá-la. O acesso rápido ao serviço de saúde e o olhar mais qualificado sobre os sintomas graves, para além da hemorragia, são fundamentais”, afirmou.

Além do prefeito Edvaldo Nogueira, participaram da reunião, pela FNP, os prefeitos de Araraquara/SP, Edinho Silva, de Belém/PA, Edmilson Rodrigues, o secretário-executivo da entidade, Gilberto Perre e a secretária-executiva do Consórcio Conectar, Cinthia Cristo.