MPF se reúne com representantes do povo Fulkaxó para assegurar ensino para indígenas em Sergipe

MPF se reúne com representantes do povo Fulkaxó para assegurar ensino para indígenas em Sergipe

11/04/2024 0 Por Redação

O Ministério Público Federal (MPF) realizou reunião com a comunidade indígena Fulkaxó e a Secretaria de Estado da Educação e da Cultura de Sergipe (Seduc) para tratar sobre a implementação do ensino na reserva indígena, localizada próxima ao município de Pacatuba (SE). No encontro, os Fulkaxó defenderam a necessidade de que a comunidade tenha acesso à educação escolar, ainda que as escolas da aldeia não tenham sido construídas. Foi informado que, inicialmente, cerca de 30 a 40 alunos do Ensino Infantil e do Fundamental I e II, além de aproximadamente 40 alunos do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) aguardam o início das aulas.

De acordo com a representante do povo Fulkaxó, esse modelo já é adotado pela comunidade Xocó e poderia ser implementado na comunidade. Sobre essa demanda, a representante do MPF destacou que a dinâmica consiste na contratação de professores indígenas Fulkaxós, que já estão em condição de prestar o ensino. No entanto, destaca a necessidade de se incorporar dentro do ensino ministrado para os indígenas, tanto a cultura e tradições da etnia como o ensino da língua materna, garantida por lei.

Essa demanda foi apresentada pelos Fulkaxó, que destacaram a necessidade de participação de representantes indígenas nas discussões de elaboração das políticas públicas de ensino e na elaboração do material didático escolar, para assegurar que os saberes indígenas, as tradições da etnia e a realidade da aldeia estejam representados.

Ao fim da reunião, realizada na segunda-feira (8), a Seduc solicitou o prazo de 30 dias para iniciar diálogos com o secretário de Educação para viabilizar a implementação da educação indígena, nos termos solicitados pela comunidade, além de apresentar resposta escrita ao MPF.

Visitas periódicas a comunidades indígenas – O MPF tem realizado uma série de visitas periódicas aos territórios dos povos tradicionais em 2024, visando monitorar a implementação de políticas públicas, coletar informações sobre a comunidade e propor encaminhamentos. O diálogo sobre as necessidades dos Fulkaxó na área da educação foram levantados durante visita do MPF à reserva indígena no mês de março.