Governo de Sergipe leva segurança alimentar para  comunidade Xokó em Porto da Folha

Governo de Sergipe leva segurança alimentar para comunidade Xokó em Porto da Folha

11/01/2024 0 Por Redação
Foram entregues 5,4 toneladas de  alimentos  pelo Programa de Aquisição de Alimentos, beneficiando 139 famílias da região
Com o intuito de favorecer as famílias em situação de insegurança alimentar e nutricional a terem acesso a uma alimentação de qualidade, ao mesmo tempo em que fortalece a agricultura familiar, o  Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Assistência Social e Cidadania (Seasc), realizou nesta quarta-feira, 10, a entrega  de 5,4 toneladas de  alimentos  pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). A entrega foi realizada na comunidade Xokó, na Ilha de São Pedro, em Porto da Folha, município do alto sertão sergipano, para 139 famílias da região.
O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) é um programa de compra de alimentos do Governo Federal que incentiva a agricultura familiar e combate à extrema pobreza, ao garantir o acesso à alimentação adequada e saudável. Em Sergipe, ele é executado pela Seasc e funciona na modalidade compra com doação simultânea.
Segundo o coordenador do PAA Estadual, Renilson Dantas, a entrega desta quarta-feira se refere à Portaria 329, com R$ 5.851.767,88 em investimentos a serem utilizados em 2023 e 2024 em Sergipe. “É a primeira  entrega do ano do Programa de Aquisição de Alimentos. Começamos com a aldeia Xokó, em Porto da Folha, com esses produtos oriundos da agricultura familiar. Com isso, o nosso objetivo é fomentar a agricultura familiar, além de combater a fome e a insegurança alimentar, garantindo o alimento de qualidade e quantidade suficiente para essas pessoas em situação de vulnerabilidade”, declarou.
Ao longo da execução da portaria, já foram entregues aproximadamente 332.168,45 quilos de alimentos, distribuídos para 110 entidades socioassistenciais, atendendo 15.621 famílias em vulnerabilidade social e insegurança alimentar, de 35 municípios sergipanos. Ao todo, 259 agricultores de 16 municípios forneceram mais de R$ 1.038.687,80 em alimentos da agricultura familiar.
Alimentos
Os itens distribuídos são selecionados com base nos alimentos comuns de cada região. Ao lançar o edital, a Seasc faz o levantamento de quais produtos podem ser adquiridos. Foram entregues, na oportunidade, 12 tipos de alimentos: abóbora, batata doce, coco seco, inhame, laranja, limão, mamão, manga, maracujá, quiabo, tangerina e melancia.
“A gente procura diversificar a maior quantidade de alimentos justamente para suprir a necessidade dessas pessoas. Então a gente mescla e traz a maior quantidade de produtos possíveis para as comunidades. Nesta entrega estamos trazendo produtos produzidos pela agricultura familiar no município de Pedrinhas, sul sergipano, produtos que eles têm produzido já há algum tempo para poder suprir a necessidade do PAA”, disse Renilson Dantas.
Segurança alimentar
Por meio da compra de alimentos produzidos pela agricultura familiar e destinação gratuita para pessoas que não têm acesso à alimentação adequada e saudável e àquelas atendidas pelos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), cozinhas comunitárias, restaurantes populares e entidades -, o PAA fortalece a  segurança alimentar e contribui para a melhoria da qualidade de vida dessas populações.
Desta maneira, a entrega dos alimentos na Ilha de São Pedro representa um passo importante na promoção da segurança alimentar no alto sertão sergipano, onde a agricultura familiar desempenha um papel crucial na sustentabilidade da comunidade.
Para o cacique Bá, da Comunidade Xokó, receber os alimentos pelo PAA garante o acesso a uma alimentação de qualidade, contribuindo para a melhoria das condições de vida das famílias, além da reafirmação das tradições culturais. “Para nós, é motivo de muita alegria e de agradecer essa parceria com o Governo do Estado em nos proporcionar esses alimentos. Pode até ser contraditório nós enquanto indígenas recebermos macaxeira, inhame, batata, mas com a dificuldade da plantação desses itens essa entrega vem ajudar muitas famílias que estão precisando desses alimentos que, sobretudo, representam a nossa tradição. Acredito que vai ajudar também ao incentivo para plantarmos e voltarmos com a nossa prática”, reforçou.
Alisson Cássio Lima dos Santos,  36 anos, trabalha na aldeia como  cadastrador do programa Bolsa Família. Para ele, os alimentos promovem uma melhoria na alimentação e incentivam a comunidade a produzir. “A laranja, o quiabo, a abóbora, a gente pode plantar no nosso quintal, na nossa terra, então é muito importante para trazer essa alimentação de qualidade para a comunidade”, disse o indígena, que mora com esposa e filha.
A dona  de casa Havaí Soares Apolônia, 35 anos, vive com o marido e a filha. Ela comemorou a chegada dos alimentos que vão favorecer na complementação da alimentação da família.  “Veio em boa hora, porque na época de verão é mais difícil para a plantação. Com certeza vem beneficiar também quem está produzindo, além de nós que recebemos esses produtos da agricultura familiar de qualidade e mais saudáveis”, relatou.
Outra que comemorou a entrega foi a aposentada Maria José Faustina, conhecida como Zezé, 77 anos. Para a indígena, os alimentos vão fazer a diferença na alimentação do sobrinho pequeno. “São coisas que aqui a gente ainda não tem como adquirir, como o quiabo e o maracujá. Vai complementar com  a abóbora, que plantamos no quintal, junto com o feijão de corda e o milho”, revelou.
O pajé da comunidade Xokó, Jair dos Santos, defendeu a importância da valorização da agricultura para comunidade indígena. “Para a nossa cultura, foi uma das melhores coisas, porque veio uma diversificação dos produtos. Isso é um benefício muito importante para o nosso povo, porque a agricultura traz nutrientes importantes para nós, seres humanos, e nós, como indígenas, sabemos a importância que eles representam”, destacou.