Funcap reconhece contribuições de pesquisadores e historiadores sergipanos em segunda etapa da Entrega de Medalhas Maria Thétis Nunes

Funcap reconhece contribuições de pesquisadores e historiadores sergipanos em segunda etapa da Entrega de Medalhas Maria Thétis Nunes

18/12/2023 0 Por Redação
A ação aconteceu na 6ª Bienal do Livro de Itabaiana, terra natal de Maria Thétis

No dia 30 de março de 2023, o Projeto de Lei n° 85/2023 foi aprovado, instituindo o Ano Cultural Maria Thétis. Nesse contexto, historiadores, memorialistas e pesquisadores que têm desempenhado um papel crucial na preservação e promoção da cultura e história de Sergipe, foram homenageados. A cerimônia da segunda etapa de entregas da Medalha do Mérito Historiadora Maria Thétis Nunes, ação realizada pelo Governo de Sergipe, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap), ocorreu na última sexta-feira, dia 15, durante a 6ª edição da Bienal do Livro de Itabaiana, município onde Maria Thétis nasceu.

O dispositivo foi formado pela presidente da Funcap, Antônia Amorosa, representando o governador do estado, Fábio Mitidieri; a presidente da Academia Itabaianense de Letras, Josevanda Mendonça Franco; o prefeito de Itabaiana, Adailton Resende Sousa, e o historiador itabaianense Antônio Saracura.

Em seu discurso, a presidente da Funcap, Antônia Amorosa, ressaltou a importância da pesquisa em diferentes regiões do estado e explicou a escolha de Maria Thétis como homenageada: “Essa medalha é dedicada a uma mulher que lutou e trabalhou pela educação e pela cultura de Sergipe em um tempo muito difícil. Ela se tornou referência para todos nós. Aqueles que foram selecionados para receber essa medalha têm um motivo especial. Eles não apenas desenvolvem pesquisas no estado ou sobre o estado, mas também têm um olhar atento para a história de cada município. Não se pode falar de Sergipe sem falar de seus municípios. É preciso alguém para pesquisar a história desse povo. Portanto, nosso trabalho e missão envolve também um compromisso com a memória de um povo que precisa conhecer sua própria história.”

Foram 23 homenageados: José de Almeida Bispo, José Ibarê Costa Dantas, Murillo Melins, Terezinha alves de Oliva, Samuel Barros de Medeiros Albuquerque, Roberto Batista Cruz, João Paulo Araújo de Carvalho, José Anderson Nascimento, Floriano Fonseca, Adailton Andrade, Acrisio Gonçalves de Oliveira, Antônio Saracura, José Bezerra Lima Irmão, Francisco José Costa Dantas, Ana Maria do Nascimento Fonseca Medina, Vera Lúcia dos Santos, Rusel Batista Barroso,  representantes da Universidade Federal de Sergipe, Universidade Tiradentes, Instituto Banese, Instituto Histórico de Sergipe e, pela obra “Lampião faz uma falta” (que provoca uma reflexão sobre o território original de Sergipe), o médico e escritor, Marcelo Ribeiro, além do Dr. Francisco Rolemberg, ex-parlamentar que propôs na elaboração da constituinte, um olhar sobre a história Sergipe/Bahia.

De surpresa, durante a cerimônia, o escritor Domingos Pascoal de Melo também recebeu a medalha, em reconhecimento à sua contribuição organizacional na formação de academias e ao estímulo à produção de escritores e pesquisadores em Sergipe.

Entre os homenageados, estava a professora Terezinha Oliva, que também representou a família Thétis. Emocionada, ela expressou sua gratidão: “Estou muito feliz pelo evento que foi muito bonito aqui em Itabaiana e pelo significado dessa medalha. Eu prefaciei a última edição do livro da professora Thétis, fui aluna dela, fui colega do departamento. Então, eu fico muito lisonjeada de ter sido agraciada com essa medalha, porque é como se fosse um reconhecimento desse caminho que fiz também com ela”.

A primeira etapa da entrega de medalhas aconteceu no dia 8 de julho, em comemoração aos 203 anos da Emancipação Política de Sergipe. Na ocasião, foram dez homenageados: Aglaé D’Ávila Fontes, Claudefranklin Monteiro Santos, Josevanda Mendonça Franco, Maria Lúcia Marques Cruz e Silva, Maria da Glória Santana de Almeida, Maria Nely Santos Ribeiro, Vladimir Souza Carvalho, Dilton Cândido Santos Maynard, Beatriz Góis Dantas e Izaura Júlia de Oliveira Ramos.

Bienal do Livro de Itabaiana

Realizada no contexto do primeiro dia de Bienal de Itabaiana, a presidente da Academia Itabaianense de Letras, Josevanda Mendonça, destacou a importância do evento para o estado: “Essa é a única Bienal realizada em Sergipe. É a primeira vez que a Academia organiza e coordena os trabalhos da Bienal. Isso é muito significativo, pois representa um momento de união entre escritores e o público em geral. É importante termos esse espaço”.

Josevanda enfatizou também o desafio da acessibilidade das obras para crianças e adolescentes. Para ela, a Bienal desempenha um papel crucial na formação de novos leitores, aproximando escritores e leitores e fortalecendo a ideia de que o livro é a principal ferramenta para adquirir conhecimento. “Precisamos incentivar o gosto pela leitura entre nossos adolescentes e crianças. O livro mudou o mundo.”

“Com a Bienal, estamos promovendo a cultura, leitura e o conhecimento para todos, não só de Itabaiana, mas também para todos os sergipanos e pessoas de todo o Brasil”, completou o prefeito de Itabaiana, Adailton Resende Sousa.

Sobre Maria Thétis Nunes

Nascida em 6 de janeiro de 1923, em Itabaiana, Maria Thétis Nunes é considerada a Sergipana do Século XX. Ela foi a primeira mulher sergipana a ingressar no ensino superior, deixando um legado de pioneirismo e contribuições significativas para a educação e a cultura do Estado.

Durante sua vida, a historiadora publicou uma vasta gama de livros e artigos, tornando-se uma referência para muitos pesquisadores e estudantes que desejam aprofundar-se na história do estado de Sergipe. Sua contribuição para a literatura e a cultura sergipana era tanta que ocupou a 39ª cadeira da Academia Sergipana de Letras.

No dia 25 de outubro de 2009, aos 86 anos de idade, Maria Thétis Nunes nos deixou. Sua vida, memórias e trabalho permanecerão como inspiração e referência para as gerações futuras. A dedicação de Maria Thétis em romper barreiras e contribuir para o desenvolvimento intelectual e cultural de Sergipe jamais será esquecida.