Desafios orçamentários: brasileiros encaram altos custos em alimentação e combustíveis

Desafios orçamentários: brasileiros encaram altos custos em alimentação e combustíveis

23/10/2023 0 Por Redação

Em pesquisa realizada por uma das principais empresas de tecnologia de pagamentos do país, para pessoas de baixa renda, o impacto é ainda maior

A economia do Brasil passa por uma série de altos e baixos, e um fator que afeta diretamente a vida das pessoas é o peso dos gastos com comida e combustível nos orçamentos. De acordo com uma pesquisa conduzida pela Elo, uma das principais empresas de tecnologia de pagamentos do país, gerida pelo Banco do Brasil, Caixa Econômica e Bradesco, esses dois elementos representam 41% do gasto médio dos brasileiros. Para aqueles com renda mais baixa, esse número dispara para alarmantes 46%.

O vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Tiradentes, Saumíneo Nascimento, explica que essa dinâmica envolve as escolhas do consumidor baseadas em sua renda. “À medida que a renda diminui, as opções também se reduzem. As pessoas precisam de alimentos para sobreviver e têm de se locomover para o trabalho, estudo, lazer, entre outras necessidades”, destaca.

O aumento no peso desses itens vitais está associado à recente inflação que afetou esses setores. Enquanto o índice oficial de inflação (IPCA) acumula 5% nos últimos 12 meses, produtos como arroz e farinha de mandioca registraram aumentos de 11,84% e 28,46%, respectivamente. Saumíneo enfatiza que o tipo de alimento predominante na cesta de compras tem um impacto direto nesse peso no orçamento.

Para os estratos de renda mais baixa, a prioridade dada a alimentos e combustíveis é ainda mais evidente. “Trata-se da restrição orçamentária, que direciona a renda para os chamados bens essenciais, como alimentos e transporte. Além disso, os padrões de consumo também desempenham um papel crucial, e mudanças recentes indicam que os mais vulneráveis estão optando por alimentos industrializados, que, embora práticos, tendem a ser mais caros”, explica.

Disparidades Sociais e Padrões de Consumo

A discrepância entre as classes torna-se ainda mais clara quando observamos os padrões de consumo. Famílias com renda mais alta alocam uma proporção menor de seus orçamentos para alimentos e combustíveis, direcionando recursos para outras despesas, como viagens e vestuário. Dados do FGV Social indicam que o 1% mais rico tem uma renda média de R$ 27 mil, enquanto o 0,1% mais abastado ultrapassa R$ 95 mil mensais, destacando as distinções nos padrões de consumo.

“O aumento dos preços de alimentos e combustíveis não impacta apenas o orçamento familiar, mas reverbera na economia como um todo. Com o peso desses itens crescendo, há uma redistribuição de recursos, afetando setores como móveis, roupas e lazer, que sofrem com a diminuição da disponibilidade de renda das famílias”, comenta.

Nesse contexto, Saumíneo destaca a importância de estratégias como o uso do pix e do cartão de crédito, que influenciam os hábitos de consumo. “O pix facilitou as transações, tornando-as mais ágeis e reduzindo a necessidade de usar dinheiro físico em compras. Já o cartão de crédito aumenta o poder de compra, quebrando barreiras, especialmente ao permitir parcelar compras, o que afeta os hábitos de consumo, especialmente em ambientes digitais”, esclarece.

A alta nos preços desses itens essenciais tem implicações profundas na vida cotidiana dos brasileiros. Diante desses desafios, a busca por soluções que garantam o acesso a alimentos e combustíveis a preços justos torna-se crucial não apenas para os indivíduos, mas também para a saúde econômica do país como um todo.

Asscom Unit