Censo do Desenrola revela R$ 29 bilhões em dívidas renegociadas, beneficiando 10,7 milhões de brasileiros

Censo do Desenrola revela R$ 29 bilhões em dívidas renegociadas, beneficiando 10,7 milhões de brasileiros

07/12/2023 0 Por Redação
Descontos chegaram, na segunda fase, a até 98,6% do valor devido. Governo anunciou a ampliação da vigência do programa e facilitação do acesso à plataforma pelo Gov.BR

Em operação desde seu lançamento em julho, o programa Desenrola Brasil já contabiliza 10,7 milhões de brasileiros atendidos e um valor de R$ 29 bilhões em dívidas renegociadas. A Fase 2 do programa, aberta em outubro, envolvendo a renegociação de dívidas bancárias e não bancárias (como contas de luz, água, varejo e educação), contou com descontos de até 98,6% do valor originalmente devido (caso de um débito que caiu de R$ 835,02 para R$ 10,91). Os dados são do “Censo Nacional do Programa Desenrola Brasil”, divulgado nesta quarta-feira (6/12) pelo Ministério da Fazenda e pela Bolsa de Valores do Brasil (B3), em entrevista coletiva em Brasília.

O Censo do Desenrola mostra também que o ticket médio da renegociação foi de R$ 248 nos pagamentos à vista e de R$ 791, quando a opção foi por pagamento parcelado. A média dos descontos foi de 90% para os pagamentos à vista e de 85% para as quitações parceladas. A média dos juros, no caso de parcelamento, foi de 1,8% mensal, com média de 11 parcelas. Nos pagamentos à vista, a maioria dos consumidores (75%) optou por pagamento por meio de Pix. Nos pagamentos parcelados, 91% optaram pelo boleto.

A média de tempo para concluir a renegociação é de 4 minutos e 8 segundos. Esses dados referem-se à segunda fase do programa. O Censo do Desenrola mostrou ainda que, na segunda fase, parcela de 82% das renegociações foi realizada por celular e 18%, por notebook. “A plataforma de renegociação é muito amigável”, disse o secretário de Reformas Econômicas do MF, Marcos Barbosa Pinto. “Em apenas quatro minutos, o consumidor consegue ingressar na plataforma, verificar suas dívidas, fazer a renegociação e baixar drasticamente o endividamento”, reforçou o representante da B3 e CEO da empresa PDTec, Adriano Pahoor.

Os setores que lideraram o ranking de renegociações na Fase 2 foram “Serviços Financeiros (R$ 3,3 bilhões); “Securitizadoras” (R$ 513 milhões) e Conta de luz (R$ 143 milhões). No caso das contas de energia elétrica, mais de 82 mil pessoas foram beneficiadas e o valor original da dívida desses consumidores caiu de R$ 143 milhões para R$ 52 milhões (ou seja, redução de quase 64%). Do total de 5.571 municípios com público elegível ao Programa (Fase 2), foram realizadas renegociações em 5.491 localidades (98,6).

Ampliação do programa 

O secretário de Reformas Econômicas do MF, Marcos Barbosa Pinto, anunciou que o governo vai ampliar prazo de vigência do programa, além de facilitar o acesso à Plataforma de Renegociação do Desenrola, permitindo que cidadãos com conta nível Bronze também possam aderir. “O cidadão precisa hoje ter o certificado Prata ou Ouro do governo, pois a própria lei do Desenrola exige isso. Vamos enviar uma Medida Provisória ao Congresso, eliminando esse requisito”, explicou o secretário. A mesma MP vai estender o prazo de vigência do programa, que terminaria no final deste ano. “Queremos estender o Desenrola por mais alguns meses, para beneficiar toda a população”, disse Marcos Pinto.

O secretário de Reformas Econômicas do MF destacou que o Desenrola permite, por exemplo, deixar para trás dívidas no cartão de crédito (com taxas de juros que multiplicam esse débito em cinco vezes em apenas um ano) para condições de parcelamento com taxa de apenas 1,8% ao mês. Ele também destacou os resultados do “Dia D” do Desenrola (22/11), quando R$ 433 milhões em dívidas foram renegociadas. Um total de 72 mil pessoas usaram a plataforma do governo federal para ajustar cerca de 150 mil dívidas, sete vezes a média diária da semana anterior.

Também participaram da coletiva do Censo a subsecretária de Reformas Estruturais e Análise Econômica do Direito do MF, Ana Maria Melo; e o coordenador-geral de Economia e Legislação do MF, Alexandre Rebêlo Ferreira.