Aracaju registra menor índice de infestação do Aedes aegypti dos últimos cinco anos

Aracaju registra menor índice de infestação do Aedes aegypti dos últimos cinco anos

25/09/2023 0 Por Redação

O resultado do quinto Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) do ano da capital sergipana, realizado pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), foi apresentado nesta segunda-feira, 25, pelo prefeito em exercício e presidente da Câmara Municipal, vereador Ricardo Vasconcelos, e pela secretária da Saúde, Waneska Barboza, durante coletiva de imprensa no Centro Administrativo Prefeito Aloísio Campos.

O levantamento identificou um índice de infestação geral de 1,0, valor considerado de Médio Risco para surtos ou epidemias, o menor dos últimos cinco anos (não houve LIRAa em 2021 por conta de uma decisão judicial). O LIRAa atual, realizado entre os dias 10 e 16 de setembro, objetiva mapear a infestação do mosquito para nortear as ações de combate ao vetor, promovidas pelo município. No quarto LIRAa deste ano, Aracaju apresentou índice de 1,7.

“A SMS, através da secretária Waneska Barboza, nos trouxe boas notícias de que vários bairros de Aracaju estão hoje com índice de infestação de Baixo Risco, e a gente tem percebido que há um controle efetivo do Aedes aegypti no nosso município, mas é preciso também que a população continue nos ajudando, porque ainda temos bairros com Médio Risco. Estamos entrando em uma estação do ano em que ocorre um maior armazenamento de água, com clima propício para os criadouros dos mosquitos, por isso a gente pede essa colaboração da população. A Prefeitura tem feito cada vez mais parcerias, investe no combate ao mosquito, coloca suas equipes nas ruas, mas se a população não fizer a sua parte, teremos muito mais dificuldade”, conscientiza o prefeito em exercício.

Apesar de Aracaju não ter identificado Alto Risco na proliferação do mosquito desde julho, a gestão municipal mantém uma atuação permanente no combate ao Aedes aegypti, conforme explica a secretária Waneska Barboza. “Alguns bairros que estavam com índice zero no mês de julho aumentaram no mês de setembro, o que mostra que essa vigilância não pode parar e não parou, com inúmeras ações realizadas desde então”. Ainda de acordo com a gestora, o resultado obtido neste quinto LIRAa é fruto dos esforços da Prefeitura no combate ao mosquito.

“Este é um resultado satisfatório que nos deixa muito alegres, porque isso é fruto de todo um trabalho que vem sendo feito ao longo de todo o ano, pela SMS e secretarias parceiras, mas continuamos preocupados e em alerta, porque a dengue, a chikungunya e a zika são endemias, ou seja, elas convivem conosco e não estão erradicadas. Os vírus estão circulando, o mosquito existe. Então, a gente precisa continuar trabalhando para eliminar os focos e, com isso, podemos conseguir realmente fazer o controle dessas doenças aqui no nosso município e evitar que ela afete a nossa população”, destaca a secretária da Saúde.

Segundo a diretora de Vigilância em Saúde da SMS, Taíse Cavalcante, o período de maior ocorrência do mosquito na capital sergipana é durante o verão, por isso o resultado do próximo LIRAa, que será apresentado em novembro, é um dos mais fundamentais. No entanto, segundo a especialista, o bom resultado apresentado hoje é um passo essencial para que Aracaju alcance o índice de Baixo Risco até a próxima estação do ano.

“Alcançamos o menor LIRAa deste ano e, considerando o mesmo período, é o menor dos últimos cinco anos. Este momento é importante, porque agora vamos entrar em um período de sol, chuvas esparsas, e isso acaba sendo propício para o desenvolvimento do ovo até se transformar em mosquito, que acontece entre cinco e sete dias, quando o Aedes aegypti já pode transmitir as doenças. Sabemos que o mais importante, a nível de esperar o verão, é o último LIRAa do ano, que é apresentado em novembro, mas a gente já mostra este resultado de hoje como um passo importante e positivo para trabalhar mais e para que a comunidade consiga colaborar mais com o poder público, para que a gente chegue a um índice de Baixo Risco, que seria de 0 a 0,9”, explica.

LIRAa
O Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti pode ser classificado em três níveis: Baixo (de 0,0% a 0,9%), Médio (de 1,0% a 3,9%) e Alto (acima de 4,0%), e é realizado a cada dois meses, sendo uma ferramenta de monitoramento da presença do mosquito, transmissor das arboviroses dengue, zika, chikungunya. Com base nos dados, a SMS identifica os bairros com maiores índices para traçar e reforçar estratégias de combate, como fumacê costal, mutirões de limpeza, eliminação de focos e conscientização da população.

“O problema não está no fato da pessoa armazenar água, a gente entende a necessidade de algumas pessoas de terem depósitos com água reservada, mas é importante que essas pessoas, ao estarem reservando água, procurem manter esse recipiente muito bem tampado. Que pelo menos uma vez na semana façam a limpeza, tirando toda aquela água, passando um escovão nas paredes desse depósito para que evite um foco do mosquito Aedes aegypti. Esses cuidados simples podem nos ajudar, diminuindo a infestação do mosquito e, consequentemente, a diminuição no número de casos de dengue, zika, ou chikungunya”, orienta o gerente do Programa Municipal de Combate ao Aedes, Jeferson Santana.

Infestação por bairros
Dos bairros da capital, 23 foram classificados com Baixo risco de infestação e 20, com Médio risco. Seis bairros foram classificados com os maiores: Salgado Filho (3,4), Pereira Lobo (3,2), Jardins (2,9), Getúlio Vargas (2,9), Santos Dumont (2,0) e Porto Dantas (1,9).

O destaque desses números são os bairros Pereira Lobo e Jardins que, no LIRAa anterior, apresentaram índice de infestação 0, e Porto Dantas que teve queda considerável, tendo registrado índice de 3,4 no último levantamento.

Registros
Neste ano, em Aracaju, já foram registradas 3.317 notificações das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, sendo confirmados 1.167 casos, destes 793 de dengue, 343 de chikungunya e 31 de zika. Em comparação ao ano passado, houve queda de 70,6% dos casos de dengue, e 65,4% dos casos de chikungunya, sendo o único aumento registrado nos casos de zika, de 14,8%.

Principais criadouros
A análise mostra o crescimento expressivo com relação aos criadouros dentro das residências. Lavanderias, caixas d’água, tonéis apresentam crescimento de 16,3%, o maior registrado. Já em segundo lugar, vem os criadouros como vasos e pratos de plantas, ralos, lajes e sanitários em desuso, com um aumento de 13,4%, em comparação ao quarto LIRAa.

Já criadouros em entulhos e resíduos sólidos houve queda de 81,4%, e de 70,7% em criadouros em pneus, resultado do trabalho executado pela Prefeitura.

Ações realizadas e intensificação  
Entre as ações realizadas, estão os mutirões aos sábados, uma parceria entre a SMS e a Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb). Nos meses de julho e agosto, foram realizadas seis ações. Em setembro e outubro, já está sendo executada a programação para mais seis mutirões.

Em parceria com o Governo do Estado, a SMS realiza, neste mês de setembro, a aplicação do Tratamento a Ultrabaixo Volume (UBV) com o Carro Fumacê, em seis bairros, como intensificação das atividades: Farolândia, Salgado Filho, Centro, Inácio Barbosa, Santos Dumont e Bugio.